domingo, 8 de maio de 2016

Lisboa - Dicas: Transporte e Comidinhas


Hoje vou compartilhar algumas dicas importantes, pra quem quer passear por Lisboa sem gastar muito. Ok, vamos lá!

No quesito transporte temos:

Dica nº 1 Yellow bus:


No nosso primeiro dia em Lisboa resolvemos dar uma volta no ônibus de passeio turístico. Existe duas opções para esse tipo de passeio: 
1. O Yellow Bus (que é um ônibus amarelo)
2. O Cityrama Gray Line (que é um ônibus vermelho).
Escolhemos o Yellow Bus por ser mais em conta. 

Confesso que não via muita graça em entrar num ônibus desse pra rodar pela cidade. Mas depois que fiz, achei a melhor ideia do mundo, principalmente se você tem pouco tempo para conhecer o lugar. Essa foi a primeira coisa que fizemos quando chegamos em Lisboa (lógico que depois de ter se instalado no hotel) e também sugiro que seja o primeiro passeio de qualquer turista. (Nossa, Josie, como você esta impositiva!) Calma... é só uma sugestão e posso lhe explicar o porque. 


Primeiro vou explicar como funciona -utilizando o Yellow Bus como referência-. Você compra um ticket que pode ser on-line ou nos pontos de venda que tem espalhados pela cidade (se quiser economizar sugiro que compre nos pontos de venda, porque pelo site a compra será feita pelo cartão de crédito e você terá que pagar aquelas taxinhas chatas que pagamos quando fazemos compras internacionais e que no final faz o barato sair caro). Existem dois tipos de tickets: os que valem por 24h e os que valem por 48h. Compramos o de 24h. Feito isso é só pegar o ônibus em qualquer um dos pontos indicados no mapinha que você vai receber (os postos de venda são nos lugares que você pega o ônibus). Pronto, o passeio começou. Enquanto você gira pela cidade uma voz vai falando no seu ouvido, pelos fones que você recebe assim que entra no ônibus, ou seja, você vai passeando pela cidade enquanto escuta as histórias dos lugares (tem vários idiomas para se ouvir). Você pode descer em qualquer ponto e subir quando quiser durante o prazo das horas que você comprou.

Ok, já expliquei como funciona, agora vou dizer porque deve ser o primeiro passeio.
Esse giro pela cidade é maravilhoso para poder pontuar os lugares que quer conhecer melhor. É como se fosse um sumário para poder escolher os melhores capítulos para se ler aquilo que se quer ler. Esse é um ponto, o outro é: A empresa Yellow Bus tem vários parceiros dentre restaurantes e pontos turísticos, ou seja, quando você compra seu ticket, recebe um livrinho com uma relação enorme de restaurantes e lugares bacanas pra se conhecer (museus, mosteiros, shoppings...) e nesse livrinho tem vários descontos para estes lugares indicados. Portanto além de você receber dicas de lugares ainda ganha descontos, para usufruir durante o restante da viagem.
                                           


Dica nº 2 Metrô:

                                    

Andar de metrô tem suas vantagens e desvantagens, você não pega trânsito, ganha tempo, só precisa saber o nome da estação que tem que descer... o único contra é que não da pra ver a cidade durante o percurso, das janelas só tem concreto escuro. Mesmo assim é um ótimo meio de locomoção pela cidade, principalmente se você não está afim de se perder e quer economizar.
Lá em Lisboa tem quatro linhas de metrô que cortam a cidade toda, então é bem fácil mesmo! O difícil é comprar o cartão de passagem, mas relaxa que só é complicado na primeira vez, depois é tranquilo. Mas Josie, se é difícil me diz ai como faz?

Quando você vai fazer a sua primeira viagem , você precisa comprar o seu cartão (pra quem pensou que é um cartão tipo o cartão pré-pago do metro do RJ, se enganou... o de lá é meio mole como de fosse de um papel mais grossinho). Nós compramos o nosso na maquina, mas se não me engano dá pra comprar no guichê (eu não lembro de ter visto isso, mas alguém me disse). Gente, preciso falar dessa máquina. Ela parece um daqueles computadores que aparecem nos filmes de ficção cientifica dos anos 70, saca? Ok, pausa para o imaginário coletivo da máquina de cartões do Lisboa...
Continuando. 
Fomos comprar nosso cartão por via eletrônica, o que não foi tão complicado porque o segurança do metrô foi nos ajudar (fofo, ele). O cartão custa 0,50 e você pode usar quantas vezes quiser por um ano. Pra comprar créditos também foi por via eletrônica (só existe essa possibilidade) e... gente, a Máquina, vinda diretamente do guerra nas estrelas, aceita cartão, notas e moedas, sim! ela conta as moedinhas (olha como é esperta!), e tem mais... ela dá troco! Eu achei isso maravilhoso porque aqui no RJ, você só pode por nota de 10, 20 e lá lá lá e eles não dão troco o que faz com que o cartão do metrô e do ônibus sempre fique com aqueles trocados que você nunca vai usar. Ok, voltando para o procedimento da máquina de Lisboa.
Quando você inicia a operação, a máquina te pergunta se você tem ou não o cartão, se você não tiver o cartão você vai comprar o cartão, se você tiver é só apertar no "tenho o cartão". Então a máquina vai pedir para inserir o cartão nela e você gentilmente vai inserir no local indicado. Com o cartão no lugar, ela vai pedir que escolha o valor da recarga. Você então, vai pagar e caso tenha troco vão cair moedas pra você. Junto com o troco ou não, será impresso um comprovante de que você comprou a passagem. Você vai pegar o comprovante e o cartão e seguir viagem. 
Avisos importantes: 

  • O cartão é pessoal, não da pra mais de uma pessoa usar o mesmo cartão.
  • Guarde o comprovante de pagamento, porque as vezes da problema pra abrir a portinha de acesso (lá é portinha, não é catraca), se isso acontecer você terá como provar que pagou.
  • Tem uns metrôs menores que os de tamanho normal, isso é estranho, engraçado e fofo.

Dica nº 3 Aluguel de Carro:



Se você quiser dar um giro pelo país, a melhor pedida é alugar um carro. Assim terá mais liberdade. Nós alugamos aqui no Brasil através do site:  http://www.rentcars.com.br/ uma espécie de Decolar.com para aluguel de carros. A facilidade é que por este site, você tem várias opções de empresas e preços, o que agiliza o tempo de pesquisa. 




Agora vamos falar de comidinhas


Dica nº 1 Pastel de Nata ou Pastel de Belém:


Antes de falar qualquer coisa sobre o pastel de nata ou de belém, preciso compartilhar com vocês uma percepção gastronômica que tive. Português adora pastel, e tanto adora que, para eles, tudo é pastel, falo um pouco disso nesse vídeo.

 Assista ao vídeo


Pois bem, o Pastel de belém, é na verdade uma tortinha de nata (mas para eles é pastel). Essa é uma das mais populares guloseimas deliciosas de Portugal, e tem esse nome porque foi criada em Belém perto do Mosteiro dos Jerônimos. Os Pastéis de Belém começaram a ser vendidos para sustentar os clérigos do mosteiro, como este sempre foi um ponto muito visitado por turistas -por ser próximo ao mosteiro, ao monumento dos desbravadores e a torre de Belém-  eles foram ganhando cada vez mais fama e se expandindo. Ainda existe a fábrica dos pastéis de Belém, no mesmo lugar. Passamos por lá quando descemos do Yellow Bus, só que estava muito cheia, impossível de entrar (o negócio faz sucesso, hein?).
Se você for a Portugal tem que comer Pastel de Belém, tem em todo lugar e é delicioso! Se conseguir ir na fábrica, melhor ainda!

Dica nº 2 Honorato:




Gente... Que lugar... Como não conseguimos entrar na fábrica dos pasteis de Belém e estávamos morrendo de fome, resolvemos andar pelas redondezas em busca de comida. Foi ai que o Honorato apareceu em nosso caminho. Mas Josie o que é isso? Uma pessoa? Um lugar? O Honorato é um restaurante de hamburgeres artesanais. O melhor de todos, sério! Eu não como carne, então não sou de comer em lugares assim, mas esse lugar... Sem contar que lá tem opção para quem é vegetariano. Comi o hambúrguer vegetariano (que é delicioso), que veio muito bem servido com batata frita, gente ele é enorme, uma refeição completa. Além da comida ser delicia, o ambiente também é maravilhoso, com um ar bem aconchegante e jovial. Sem contar que o preço é acessível, não é baratíssimo, mas também não é caro, é justo.Vale a pena!


Dica nº 3 City Bar:


Fomos no Campo Pequeno  um lugar onde ocorriam as touradas e hoje tem-se espetáculos, shows e eventos, lá tem um comércio e um cinema, para chegar no cinema você passa pelo City Bar, um lugar maravilhoso pra quem gosta do universo do cinema. Gente, o lugar é quase o bar do pulp fiction (tá é diferente, mas é parecido, tem o clima). Os nomes das opções do cardápio são nomes de filmes. Foi nesse dia que eu comi Harry Potter. A comida é gostosa (o milk shake tava mais ou menos) e o preço é em conta, comemos 4 pessoas e gastamos 31,50€, ou seja, menos de 10€ por pessoa. Vale a pena!


 Assista ao video







quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Sobre Fé - Fátima


Fomos ao santuário de Fátima e lá encontramos o famoso lugar onde fieis católicos do mundo todo vão fazer sua peregrinação de joelhos em pagamento de promessas.
Fátima foi um lugar que me ensinou muito e me provocou grandes reflexões. Não sou católica, apesar de ter estudado a vida toda em colégio de freiras, de ter uma família católica em sua maioria e de, quando criança, ter tido vontade de ser freira. Com o passar dos anos fui entendendo que religião não passa de uma instituição organizada pelo homem na busca de um controle do sagrado e da fé em outros homens. Bom, mas não é sobre isso que quero falar neste post (não vamos polemizar o negócio aqui!). Vamos falar de Fátima e de um peregrino em específico.


Não andei muito pela cidade, só passamos uma tarde por lá. Portanto vou me ater a região do santuário. Tenho a sensação de que a cidade toda gira em torno deste santuário e do turismo religioso. Senti que o espaço tem uma arquitetura bem limpa. O que quero dizer com arquitetura limpa? Os tons são claros, muito branco, cinza claro e bege, e tem bastante concreto, o ar histórico que pude sentir nas outras cidades não existia lá. Fomos ao templo de Judas, um lugar grandioso, com outro tipo de "ostentação", o excesso de ouro que encontramos nas igrejas barrocas de Portugal não existia no templo, mas a largura e o tamanho das portas, junto ao tamanho do templo, me fizeram pensar neste outro tipo de "ostentação".




Quando chegamos no lugar onde os fieis fazem sua travessia de joelhos (uma especie de passarela de mármore liso), me deparei com um senhor que deveria ter uns 75/80 anos, ajoelhado em sua peregrinação com sua bengalinha como apoio. Me vi presa a esse homem, numa torcida quase que interminável para que ele conseguisse terminar seu trajeto. Fiquei impressionada com sua fé, com sua determinação. Me levaram para ver um pedaço do muro de Berlim que tinha lá, fui. Mas não conseguia parar de olhar para o peregrino, mesmo de longe. Sua determinação prendeu minha atenção de tal forma, que nem o pedaço do muro de Berlim teve importância.
Olhava para o senhor e sempre que ele parava para respirar pensava: "respira, você vai conseguir chegar até o final". Quando ele terminou a travessia, minha emoção era tão grande que não conseguia parar de chorar, meu pai me abraçou, senti vontade de dar um abraço no peregrino, mas quando o procurei não o vi mais.

Depois de um tempo fiquei me perguntando porque esse peregrino me emocionou tanto (e ainda me emociona), não sou católica, nem o conhecia... Cheguei a conclusão de que mesmo não possuindo uma religião específica, o performer vive em constante conexão com o sagrado e que essa constante ligação é a grande provocadora da empatia dos afetos. Senti empatia por este senhor, ele (sem saber) estava fazendo a sua performance. Ele estava vivendo seu ritual. Sou muito grata a este peregrino, que me ensinou o poder da determinação.



Se você quiser ver mais sobre essa experiência e só clicar na imagem para ver o vídeo lá no nosso canal.